O papel das empresas na informação e suporte com relação às IST é crucial para a prevenção e promoção do bem-estar entre seus colaboradores.
Para abrir as conversas sobre o que é o Dezembro Vermelho, vale esclarecer aqui uma questão. Certamente você já ouviu falar sobre IST (Infecções Sexualmente Transmissíveis), mas deve se lembrar do termo como DST (Doenças Sexualmente Transmissíveis).
A nova terminologia passou a ser adotada porque destaca a possibilidade de uma pessoa ter e transmitir uma infecção, mesmo sem sinais e sintomas, já que, por denominação, “doença” é o conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser vivo, alterando o seu estado normal de saúde.
Feita a explicação, é fundamental reforçar que a campanha do Dezembro Vermelho marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a AIDS e outras IST. A intenção é essencialmente chamar a atenção para a prevenção, assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
E como surgiu a campanha Dezembro Vermelho?
Em 1988, o Ministério da Saúde, seguindo orientação da Organização das Nações Unidas (ONU), criou o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. Em 2017, o governo instituiria a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV e à AIDS, movimento chamado popularmente de Dezembro Vermelho.
Segundo dados do IBGE e do Ministério da Saúde de 2019, cerca de 1 milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de Infecção Sexualmente Transmissível ao longo do ano, o que corresponde a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais. Tendo em vista a magnitude desses números, fica mais do que clara a responsabilidade das empresas em abordarem o assunto através de campanhas de conscientização, visando a qualidade de vida entre funcionários, maior produtividade, empatia e naturalidade das relações.
Como falar sobre IST no ambiente corporativo?
O assunto, de fato, é delicado e pode ser constrangedor quando não abordado de uma maneira informativa e leve. Porém, é estatisticamente provado que a conscientização e informação são as melhores formas de prevenção às IST e o entendimento de que “doenças” podem ser consideradas IST.
Elas são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos sexualmente transmissíveis, dentre elas a herpes genital, sífilis, gonorreia, HPV, HIV/AIDS, clamídia, tricomoníase, além das hepatites virais B e C, podendo evoluir para graves complicações.
Segundo a mesma pesquisa nacional do IBGE, entre os indivíduos com 18 anos ou mais de idade que tiveram relação sexual nos 12 meses anteriores à data da entrevista, apenas 22,8% (ou 26,6 milhões de pessoas) usaram preservativo em todas as relações sexuais. 17,1% dos entrevistados afirmaram usar às vezes, e 59,0% em nenhuma vez, por exemplo.
Só o fato de expor tais patologias, formas de transmissão, suas consequências, tratamentos e principalmente prevenção às equipes, já causam grande impacto e que, a longo prazo, pode refletir diretamente na baixa em índices de afastamento, diminuindo o desfalque da equipe e, dessa forma, desenvolve a produtividade no trabalho. É fundamental discutir, por exemplo, os sintomas da AIDS, como é transmitido o HIV e mesmo o que é HIV.
Diálogo franco e aberto são a chave para a sensação de acolhimento – e só desta forma é possível reforçar que responsabilidade é a palavra de ouro quando o assunto são infecções sexuais. Sem julgamentos, sem preconceitos. Apenas saúde.
De qualquer forma, não apenas durante a campanha do Dezembro Vermelho, é recomendável que palestras, campanhas e ações de prevenção sejam ministradas por profissionais capacitados que possam abordar o assunto de forma educativa, dinâmica e leve, porém de forma efetiva. Talvez manter funcional um canal totalmente confidencial com um profissional que possa discutir saúde sexual também seja um importante caminho, inclusive fazendo uso da telemedicina para tirar dúvidas, levantar questões, que por vezes podem parecer óbvias e às vezes incluem pudores e receios difíceis de serem discutidos publicamente.
Vale lembrar que, assim como muitas instituições investem em campanhas vacinais contra gripe, entre outras doenças, já existem vacinas que já nos protegem de certas IST. Portanto, talvez o departamento de recursos humanos também possa incluí-las no pacote, por exemplo. Além disso, o que não faltam são pessoas questionando “quando custa um exame de DST” ou “onde fazer exame DST gratuito”. Tornar mais simples a possibilidade de se realizar este tipo de exame, com confidencialidade, é outra inclusão interessante para as equipes.
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