Sobre os pilares da cultura de Intraempreendedorismo: “um ambiente de liberdade de comunicação, o trabalho principal bem feito, e apetite por inovação e criatividade”

De um lado um empreendedor e do outro um intraempreendedor. Você sabe a diferença entre eles? Caso não, talvez não tenha ouvido falar no termo intraempreendedorismo, mas, com certeza, já ouviu sobre empreendedorismo, não é mesmo?
Nos últimos anos, esse termo vem ganhando cada vez mais visibilidade no mercado de trabalho – apesar da crise econômica, muitas pessoas apostam na oportunidade e se tornam empreendedores. E o que isso tem a ver com intraempreendedorismo? Na verdade, tudo! O termo é considerado uma vertente do empreendedorismo e possui a ideia central de estimular o espírito empreendedor nos colaboradores, dentro da empresa em que trabalha.
Algumas das vantagens de fomentar o intraempreendedorismo são o estímulo à inovação, retenção de talentos e vantagem competitiva. Essa mobilidade tende a se desenvolver cada vez mais e já vem transformando diversos setores do mercado.
Veja pela lógica de que quando um projeto é desempenhado por um profissional que já conhece a estrutura, processos, falhas e público de uma organização, as chances de se concretizar são maiores.
O termo já existe há um bom tempo, porém tem se tornado mais evidente atualmente, à medida que o empreendedorismo ganha forças e se expande. Então, para saber mais sobre este assunto super relevante, eu conversei com o CEO e Fundador da Docway, Fábio Tiepolo, sobre essa ação nas empresas.
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1. O “empreendedorismo” é um dos termos mais falados nos últimos anos no mercado de trabalho no mundo. No entanto, ainda poucos conhecem o termo “intraempreendedorismo”. O que diferencia um termo do outro?
O intraempreendedorismo é a ação de um colaborador dentro da empresa em que trabalha, trazendo ideias, inovando, sendo criativo e não se restringindo apenas ao cargo que ele ocupa na empresa. Muitas vezes, um colaborador que identifica um problema em outra área e atua para a resolução desse problema, está intraempreendendo. E o empreendedorismo é quando se faz isso fora de uma corporação, tentando solucionar um problema ou oportunidade que ele percebe na sociedade.
2. Apesar de estar em ascensão, ainda faltam implementações de medidas que estimulem essa política dentro das empresas no Brasil. A cultura empreendedora e inovadora é fundamental para iniciar esse processo, porém, muitas companhias não a incentivam. Na sua opinião, isso revela um certo medo daqueles que estão nos níveis hierárquicos das empresas?
Acho que não. A cultura tem uma influência forte sobre a questão do intraempreendedorismo. As corporações conseguem ajudar as pessoas a serem mais intraempreendedoras, mas acho que quem já tem esse senso para intraempreender, sempre terá isso de alguma maneira. O que eu percebo é que existem perfis que, além da entrega do seu trabalho do job description, procuram outras coisas para alimentar o cérebro, como desafios e ideias, e abastecem a empresa com isso, além de trazer uma satisfação pessoal para o colaborador. Eu, durante toda minha carreira fui um desses inquietos, mas chegou em um determinado momento em que as ideias que eu tinha já não podiam mais ser executadas, então, eu decidi empreender, mas até então eu tinha sido um intraempreendedor em vários projetos diferenciados, que iriam levar mais saúde e qualidade de vida para os clientes que eu trabalhava. Então, acho que para fomentar essa cultura, há a porção que é da empresa, por ter uma “terra fértil”, e outra parte do próprio funcionário, com as ideias – e a combinação dessas partes fazem com que o intraempreendedorismo apareça e possa gerar resultados para as empresas.
3. Falando nisso, como se pode criar uma cultura de intraempreendedorismo nas empresas?
O primeiro passo para estimular o intraempreendedorismo é compreender que, primeiro, o trabalho principal precisa estar bem feito. O segundo ponto, é entender que nós estamos em um contexto de avanço tecnológico muito grande e isso significa que a gente tem um braço por inovação sedento por novas ideias, não só aqui, mas no mercado como um todo. As organizações que não estão demandando inovação e criatividade, estão fadadas ao insucesso nesse cenário. Então, eu acho que os três pilares que compõem essa cultura são: um ambiente de liberdade de comunicação, o trabalho principal bem feito, e apetite por inovação e criatividade. Quando você faz o seu trabalho bem feito, as portas se abrem para novas implementações, desafios, projetos, e assim passamos a olhar o intraempreendedorismo com outro olhar.
4. O que você recomenda como um primeiro passo para o gestor incentivar sua equipe com o intraempreendedorismo?
Eu diria que ter uma comunicação muito transparente, e que os líderes encorajem as pessoas a pensarem fora da caixa, trazendo coragem para superarem obstáculos que podem aparecer na implementação de um projeto, pois a gente sabe que está todo mundo tomado por alguma coisa e isso requer uma disponibilidade da agenda de todos, o que não é fácil. Mas, quando conseguimos reconhecer que o benefício dessa ideia do intraempreendedorismo pode ajudar os demais funcionários da empresa, ou pacientes e médicos, temos que parar para ouvir e encorajar que eles devem ir para frente. A essência da liderança é a mudança, e a proatividade é o que é necessário para qualquer forma de mudança.
5. Quais são os benefícios do intraempreendedorismo para o profissional?
Para o profissional sempre será um aprendizado novo, por conhecer coisas novas. Todos os intraempreendedores tem a característica similar de quererem melhorar o mundo. Impulsionar o projeto através de seu próprio trabalho diário, é uma definição de ser feliz onde você está, ou seja, é algo mais altruísta, de não querer nada em troca, embora você tenha muitas coisas em troca a partir disso. A vontade de operar sua ideia é o que faz sentido para essas pessoas.
6. Que tipo de benefícios essa modalidade pode gerar às empresas?
O intraempreendedorismo traz engajamento. Uma vez que você compra ou operacionaliza suas ideias, o engajamento aumenta, o que é um elemento chave para destravar comportamentos importantes no trabalho. Acho que há uma alta recompensa por isso, o que é muito legal. A empresa avança de forma mais rápida, pois quando tem mais pessoas tendo idéias para melhorar a empresa, faz com que isso aconteça, além de gerar aprendizados também, já que nem toda ideia vai ser um sucesso. Então, acho que gera muitos benefícios.
7. Para você, hoje, qual o principal desafio do intraempreendedorismo?
O principal desafio do intraempreendedorismo, hoje, é conseguir remanejar a agenda de um grupo inteiro para movimentar suas ideias. Ter que convencer as pessoas a se engajarem pela sua solução, precisa passar por uma série de coisas, então para mim esse é o principal desafio.
8. Como você visualiza o futuro do intraempreendedorismo na Docway e no Brasil como um todo?
Para mim, estamos em um contexto de inovação e criatividade muito grande, e dentro do intraempreendedorismo é onde vamos encontrar soluções que vão modificar o curso da saúde ainda mais, lembrando que temos vários exemplos de intraempreendedorismo aqui na Docway. Cada vez mais a gente, sem saber, e sem esse nome bonito de “intraempreededorismo”, estamos intraempreendendo. Então, eu tenho uma certeza que é a partir dessa modalidade que a Docway pode encontrar novas soluções para o mercado do futuro, e que essas ideias irão nascer em alguma colisão criativa, em um café na Docway, as vezes até sem um propósito específico, e a partir daí a gente transforma ainda mais a saúde no Brasil.

E aí, curtiu a leitura? O intraempreendedorismo tende a crescer cada vez mais, e vem gerando mudanças na cultura organizacional das empresas no Brasil e no mundo.
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Até a próxima! 💚