Ambiente profissional adequado pode contribuir com a saúde mental dos profissionais e ajudar a frear o aumento progressivo de doenças ligadas a aspectos emocionais
O ano de 2023 se inicia inserido em mais uma edição da campanha Janeiro Branco. Ou seja, em termos de saúde, trata-se de mais uma oportunidade de difundir conhecimento e quebrar as ainda existentes barreiras para abordar a saúde mental que, se negligenciada, afeta em muito a vida pessoal e profissional.
Para se ter uma ideia, uma recente divulgação Organização Mundial da Saúde (OMS) mostra que em 2019 mais de 1 bilhão de pessoas conviviam com algum transtorno mental em todo o mundo. Ou seja, doenças e transtornos como depressão e ansiedade que, em muitos casos, levam a perda na qualidade de vida ou mesmo a atitudes extremas como o suicídio.
Números preocupantes que indicam a necessidade de mais empatia das pessoas inclusive no âmbito corporativo. É que implícita ou explicitamente os profissionais estão imersos em uma cultura de cobranças excessivas, acúmulo de trabalho e funções e má administração de suas carreiras, além de outros fatores que invariavelmente alteram o bem-estar individual e o rendimento no trabalho.
Quais são as razões para o número elevado dos transtornos mentais?
Note que os números divulgados pela OMS retratam um período de início da pandemia do coronavírus. Embora ainda não existam novos dados oficiais, o isolamento social imposto pela Covid-19, associado à quebra de rotina, afetou diretamente a saúde mental e emocional das pessoas, que além das perdas de vidas de parentes e amigos ou ficaram sem emprego ou tiveram que se adaptar a novos métodos de trabalho.
As empresas podem melhorar esse cenário?
Especialistas dizem que não há uma fórmula específica para evitar transtornos mentais. No entanto, criar um ambiente positivo, acolhedor e que faça o colaborador se sentir parte importante das decisões da empresa ajuda a criar uma atmosfera que os deixará mais distantes de gatilhos para transtornos mentais.
Nesse sentido, as empresas devem optar pelo home office ou trabalho presencial?
Há alguns levantamentos que indicam que a tendência para o mercado de trabalho em 2023 seja adotar o modelo híbrido. Em outras palavras, intercalar a presença física com o trabalho remoto, a fim de trazer mais qualidade de vida aos colaboradores e ao mesmo tempo potencializar resultados por meio de um melhor gerenciamento.
Além dos avanços a longo prazo, é possível ter ações imediatas?
Sim. Apesar da campanha Janeiro Branco, as ações em prol do cuidado com a saúde mental e emocional dos colaboradores devem ser contínuas ao longo do ano para a obtenção de resultados mais concretos. Uma iniciativa relevante é reforçar campanhas internas, promovendo palestras, bate-papos e criando canais que aproximem os colaboradores, líderes e RH. Oferecer sessões com psicólogos também é uma medida eficaz.
Qual é o papel dos líderes nesse contexto?
Se as campanhas de conscientização são boas para os funcionários, os treinamentos para que líderes saibam conduzir adequadamente seus liderados também são fundamentais para a construção de uma cultura voltada ao bem-estar mental. O perfil em 2023 precisa seguir a tendência de um profissional menos centralizador, que naturalmente gere resultados, mas saiba ouvir e se relacionar com a equipe de uma maneira mais humana.
Como criar um ambiente organizacional mentalmente saudável?
Um ambiente profissional adequado passa pela escolha de funcionários, com a formação de equipe a partir de chefias e comandados que tenham, na medida do possível, afinidade entre si. A competitividade e as cobranças que extrapolam o tolerável devem ficar para trás. Além disso, a realização de pesquisas periódicas de satisfação e a criação de canais que estimulem feedbacks e sugestões também são alternativas importantes.
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