Segundo dados da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), hoje existem mais de 13 milhões de brasileiros vivendo com a doença. Ou seja, 6,9% da população. A má notícia é que esse número não para de crescer. O médico endocrinologista da Docway, Dr. Áureo Chaves falou um pouquinho sobre isso. “A diabetes é uma doença crônica, em que há deficiência de produção e/ou ação da insulina”. Por isso, para entender melhor a doença, o especialista explica que a insulina é o hormônio responsável pelo controle de glicose (açúcar) no sangue. O corpo precisa de insulina para a utilização da glicose obtida por meio dos alimentos como fonte de energia.
Quando a pessoa tem diabetes, esse trabalho é afetado. A hiperglicemia representa um nível elevado de glicose no sangue. Se isso acontece durante longos períodos, pode haver danos mais graves em órgãos, vasos e nervos. Segundo o médico, muitos brasileiros têm a doença e não sabem. “Uma boa parte da população convive com a diabetes e não sabe. No entanto, é importante entender a doença, seus fatores de risco e tratamentos. Quando controlada, ela não oferece maiores riscos à nossa saúde”.
E, agora, você deve estar se perguntando: Posso ter Diabetes? Segundo o Dr. Áureo Chaves, existem dois tipos principais da doença e seus fatores de risco, os quais devemos ficar atentos.
Diabetes mellitus tipo 1
Esse tipo concentra entre 5% e 10% do total de pessoas com a doença. Geralmente aparece na infância ou na adolescência, podendo ser diagnosticada em adultos. Esse tipo de diabetes é uma doença autoimune. Ou seja, ocorre devido à produção equivocada de anticorpos contra as próprias células. Neste caso específico, contra as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Então, pouca ou nenhuma insulina é liberada para o corpo da pessoa. Com isso, a glicose fica no sangue, em vez de ser usada nas células como fonte de energia.
“Não sabemos exatamente o que desencadeia esta produção equivocada de auto anticorpos. Mas, sabe-se que há um fator genético importante. Todavia, só a genética não explica tudo. Existem irmãos gêmeos idênticos em que apenas um deles apresenta diabetes tipo 1. Imagina-se que algum fator ambiental seja necessário para o início da doença. Dentre eles, conseguimos identificar alguns culpados possíveis. Por exemplo, infecções virais, contato com substâncias tóxicas ou carência de vitamina D. Até mesmo a exposição ao leite de vaca ou glúten nos primeiros meses de vida. O fato é que, em algumas pessoas, o sistema imunológico começa a atacar o pâncreas. Isso acontece de uma hora para outra, destruindo-o progressivamente”, explica o endocrinologista.
Diabetes mellitus tipo 2
É uma doença que também apresenta algum grau de diminuição na produção de insulina. Mas nesse caso, o principal problema é uma resistência do organismo à insulina produzida. Isso faz com que as células não consigam captar a glicose circulante no sangue. Ela ocorre em cerca de 90% dos casos, é o tipo mais comum de diabetes. A diferença aqui, é que ela se manifesta com mais frequência em adultos. Mas pode se apresentar também em crianças com problemas de obesidade. Além disso, sedentários e com histórico familiar de diabetes também podem desenvolver a doença.
Dr. Chaves explica que o excesso de peso é o principal fator de risco para o diabetes tipo 2. O modo como o corpo armazena gordura também é relevante. Pessoas com acúmulo de gordura predominantemente na região abdominal apresentam maior risco de desenvolver diabetes. “O diabetes tipo 2 vem muitas vezes acompanhado por outras condições, incluindo hipertensão arterial e colesterol alto. Essa constelação de condições clínicas (hiperglicemia, obesidade, hipertensão e colesterol alto) é referida como síndrome metabólica. Sendo assim um grande fator de risco para doenças cardiovasculares”, detalha.
Fatores de risco para o diabetes tipo 2
- Idade acima de 45 anos
- Histórico familiar de diabetes
- Hipertensão arterial
- História prévia de diabetes gestacional
- Ovário policístico
- Tabagismo
- Dieta rica em gorduras saturadas carboidratos
- Dieta pobre em vegetais e frutas
Se você se enquadra em algum desses casos, Dr. Áureo Chaves recomenda a busca imediata por um médico endocrinologista. “Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais rápido será o início do tratamento e melhor qualidade de vida terá o paciente”. O diagnóstico da doença é simples, um exame de sangue pode dizer se você tem ou não diabetes. Com uma gota de sangue já é possível saber se há alteração no nível de glicemia. Então, caso seja considerável, outros exames confirmariam o diagnóstico. A glicemia normal, estando em jejum, não deve ultrapassar 99mg/L e duas horas após uma refeição até 140mg/L.
O que fazer após o diagnóstico positivo para a doença?
Após o diagnóstico positivo para doença, é importante controlar o nível de glicose no sangue do paciente para evitar complicações. Os medicamentos ajudam nesse controle. Mas além deles, há outras atitudes que podem ser tomadas para uma melhor qualidade de vida e controle da doença. Alimentação saudável é fundamental. Para isso, é preciso regular a quantidade de doces usando de preferência os dietéticos. Além disso, é preciso controlar gorduras mono e poli-insaturadas. Também entra nessa lista os carboidratos complexos integrais ingeridos ao longo do dia. Exercícios físicos regulares ajudam a baixar essas taxas de glicose no sangue – e eles não precisam ser feitos na academia; caminhadas e bicicleta são boas opções.
Fumantes
Se você tem diabetes e fuma, o médico aconselha a tentar parar. Esse hábito acelera os problemas relacionados ao diabetes. Isso ocorre porque o cigarro diminui não só o fluxo sanguíneo, como o oxigênio das células. Em alguns casos, já com a doença avançada, além da dieta, atividade física.e antidiabéticos orais, será necessário o uso de injeções de insulina. Isso para melhorar o controle da doença. Mas, tudo isso é recomendado por um especialista e cada caso será analisado individualmente. “Atualmente, graças aos avanços no campo da ciência, conseguimos tratar cada caso de maneira eficiente. Mas, é claro que precisamos da ajuda do paciente. Mudar para um estilo de vida saudável é importantíssimo para que você possa conviver melhor com a doença e sem grandes riscos”, finaliza o especialista.
Fonte: P+G Comunicação