O colesterol nem sempre é vilão para a saúde, mas é preciso ficar atento
Motivos para associar o colesterol a danos à saúde não faltam. Afinal, ao lado da obesidade, da pressão alta, da diabetes e do tabagismo, ele aparece como um dos principais fatores de risco para doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, normalmente desencadeando Acidente Vascular Cerebral (AVC), morte súbita e doenças coronarianas.
Antes de qualquer coisa, pra você que está se perguntando aí o que é colesterol, recorremos à definição da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) – “o colesterol é um tipo de gordura que faz parte da estrutura das células do cérebro, nervos, músculos, pele, fígado, intestinos e coração. Ele é essencial para o funcionamento destas células. É importante para a formação de hormônios como a vitamina D, hormônios sexuais e até ácidos biliares, que ajudam na digestão das gorduras da alimentação”.
Mas não é só isso. Há dois tipos de classificação: o colesterol HDL, popularmente chamado de “colesterol bom”, atua no processo de eliminação de gorduras do organismo, ajudando a prevenir doenças do coração; já o colesterol LDL, conhecido pelas pessoas como o “colesterol ruim”, pode se acumular nas paredes das artérias e restringir a passagem de sangue para órgãos e tecidos, causando as doenças citadas no início do texto, potencialmente fatais.
Então, desde que esteja com seus níveis controlados, o colesterol é fundamental para a saúde do organismo. E é aí que vem a clássica preocupação com o tal do colesterol alto.
Como manter o equilíbrio do colesterol?
Aquela regra de aliar alimentação saudável e equilibrada com a prática regular de atividades físicas, normalmente indicada para quem busca uma vida saudável em diversas frentes, também vale para o controle do colesterol. Outras formas de prevenção incluem controlar os níveis de glicose e da pressão arterial, evitar o tabagismo e reduzir o peso excessivo.
A dieta balanceada, aliás, é fundamental para melhores resultados. Segundo o SBEM, gema dos ovos, bacon, pele da carne das aves, manteiga, creme de leite, nata, frituras, salsichas, embutidos e carnes são os alimentos que mais aumentam o chamado colesterol ruim.
Mesmo assim, não há garantias, já que fatores hereditários podem contribuir para níveis elevados de colesterol. Por isso, são fundamentais o acompanhamento médico e a realização periódica de exames para verificar as taxas de gordura no sangue.
Para entender melhor, veja alguns mitos e verdades sobre o assunto
Pessoas magras não têm problemas de colesterol?
Mito. O colesterol não está relacionado diretamente ao peso, e sim à qualidade do alimento ingerido e em uma dieta sem abuso de gorduras.
A alimentação ajuda a regular o colesterol?
Verdade. O segredo está em uma dieta balanceada entre carboidrato, gordura e proteína. No entanto, se as taxas do colesterol ruim estiverem altas, opte por alimentos como aveia, chocolate amargo, abacate, leite e derivados, suco de uva, tomates e peixes, que ajudam a aumentar o colesterol bom.
O excesso de colesterol pode levar à morte?
Verdade. O colesterol elevado é fator de risco para as principais doenças cardiovasculares como AVC, hipertensão e infarto. Pode causar também a aterosclerose, doença que estreita e endurece artérias pelo acúmulo de placas de gordura e reduz o fluxo sanguíneo de órgãos vitais como o coração, o cérebro, os intestinos, os braços e as pernas.
Usar óleo de coco diminui o colesterol e auxilia no emagrecimento?
Mito. De acordo com a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP), não há evidências científicas para esta afirmação.
Apenas os adultos devem se preocupar?
Mito. Além dos adultos, crianças a partir de 10 anos devem dosar o colesterol e suas frações pelo menos uma vez.