Vamos conversar sobre o panorama do atual impacto da tecnologia no setor de saúde, considerando a ampliação da conexão 5G e a utilização de elementos como o metaverso
Que a tecnologia mudou a maneira como interagimos com o mundo, o mercado de saúde incluído, e que este processo foi acelerado absurdamente com a pandemia, todo mundo aqui já sabe. A grande questão é entender os próximos passos.
Não só no que diz respeito ao amadurecimento das tecnologias, mas também à mudança cultural na utilização desta evolução toda. Afinal, muitas vezes, os pacientes e profissionais de saúde são relutantes em adotar a tecnologia de saúde, seja devido à falta de conhecimento ou desconfiança em relação à sua eficácia. Ou você acha que a turma aceitou fazer ligações com telefone celular logo de cara? 😉
Barreiras visíveis
Quando se fala em tecnologia buscando uma melhor experiência para o usuário, é inevitável pensar no armazenamento de dados em nuvem, o que permitiria uma visão mais geral da jornada clínica de cada paciente, uma verdadeira jornada do usuário, ao invés de ser apenas um olhar a cada episódio.
Mas aqui entra a barreira da interoperabilidade dos sistemas de saúde, muitas vezes incompatíveis, o que dificulta a comunicação entre eles. Isso pode levar a uma falta de coordenação entre os profissionais de saúde e, em última análise, à prestação de um cuidado menos efetivo.
Além disso, é fundamental que esta solução esteja ligada às fundamentais questões sobre a privacidade e segurança dos dados de saúde. Importante lembrar que a exposição não autorizada de informações de saúde pode levar ao constrangimento ou discriminação de um paciente, quebrando a confidencialidade.
Por último, vale reforçar que a acessibilidade da tecnologia pode configurar um importante obstáculo. Vamos lembrar que nem todos os pacientes têm acesso ou destreza para usar determinadas tecnologias e, para uma saúde digital VERDADEIRAMENTE conectada, é fundamental que as soluções de tecnologia sejam acessíveis para todos, independentemente de suas habilidades tecnológicas ou status socioeconômico.
Por outro lado…
A chegada ao Brasil da quinta geração de tecnologia de comunicação móvel, conhecida como 5G, tem o potencial de revolucionar o setor da saúde de várias maneiras, a começar justamente pela melhoria da telemedicina, que pode se tornar justamente mais acessível e eficiente. Com velocidades de internet mais rápidas, consultas médicas remotas por meio de vídeo se tornam mais realistas, sem interrupções ou latência.
O 5G ainda pode permitir que os dados médicos possam ser transferidos de forma mais rápida e segura. Isso significa que aqueles pacientes em áreas remotas ou com problemas de mobilidade sobre os quais falamos acima possam acessar tratamentos especializados sem atrasos, ajudando inclusive a reduzir o tempo de espera para os pacientes em hospitais e clínicas.
Esta nova conexão permitirá que os médicos usem tecnologias mais avançadas – imagine só a eficácia e agilidade no monitoramento de pacientes usando dispositivos médicos que se comunicam com a Internet das Coisas (IoT). Vai ser possível enviar dados de monitoramento de pacientes diretamente para os médicos, ajudando a prevenir problemas de saúde antes que se tornem mais graves, economizando custos com internações e garantindo a continuidade do tratamento.
Isso sem falar no uso de realidade virtual e aumentada, para melhorar a qualidade do atendimento e oferecer diagnósticos mais precisos e eficientes. O que nos leva, claro, à palavra da vez.
O metaverso e a saúde
Embora ainda esteja sendo amplamente discutido como plataforma integrada, o ambiente virtual do metaverso permite em tese uma ampla gama de aplicações, incluindo na área de saúde. Ele pode fornecer, por exemplo, um ambiente de treinamento imersivo e interativo para estudantes e profissionais de saúde, com simulações em 3D que podem ser criadas remotamente para treinar cirurgiões e outros profissionais de saúde em procedimentos complexos.
Este tipo de interação virtual pode ser criada para ajudar pacientes com fobia a se exporem a situações que temem em um ambiente seguro e controlado ou ainda para simular condições médicas e ajudar os médicos a compreender melhor as doenças e suas interações com o corpo. Isso pode ajudar a melhorar a precisão do diagnóstico e, por sua vez, melhorar o tratamento.
Ainda há muito a ser feito. Ainda há muito a ser pesquisado. Ainda há muito a ser discutido.
Mas as possibilidades, com foco em um futuro que já não é mais a curto prazo, são sensacionais.