Receber o diagnóstico de alguma doença nunca é fácil, principalmente quando o tratamento envolve mudança de rotina por tempos prolongados, limitações físicas, alterações estéticas e risco de perder a vida.
No calendário da saúde, o mês que fecha o ano é chamado de Dezembro Vermelho, e representa a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis. Dentro desse contexto de conscientização sobre a doença, a abordagem da saúde mental dos soropositivos é de extrema relevância.
Contrair o HIV nos anos 1980, por exemplo, era ter a certeza de conviver com o preconceito e falta de perspectivas, já que àquela época a AIDS era uma doença nova, sem cura e comumente associada à promiscuidade e falta de cuidados da pessoa infectada.
O tempo passou, a medicina evoluiu e os tratamentos se diversificaram. Ainda não há cura para o HIV, o vírus causador da AIDS, mas por meio do tratamento antirretroviral é possível controlar a progressão da doença. Além do quadro clínico, uma das frentes desses avanços é a atenção a aspectos emocionais para melhores resultados no desfecho clínico do paciente.
Qual é a relação do HIV/AIDS e a saúde mental?
É justamente pela introdução deste texto que devemos ficar muito atentos aos aspectos psicológicos relacionados à doença. O diagnóstico da HIV/AIDS, afinal, transforma radicalmente a vida da pessoa, mesmo em tempos de mais informação e acesso a tratamentos mais modernos e eficazes, seja em âmbitos profissionais, familiares ou outras relações sociais.
O diagnóstico de uma doença grave pode levar uma pessoa a perder o norte e o sentido para a vida. Tal cenário é o ambiente propício para a queda da autoestima, o abandono do tratamento e o desenvolvimento de transtornos mentais, entre eles depressão, ansiedade e estresse.
Como levar autoestima ao portador de HIV/AIDS?
E é em situações como essa que o afeto e a atenção de amigos e familiares, aliado ao acompanhamento psicológico profissional, são fundamentais para que o tratamento clínico seja potencializado e se crie um cenário favorável ao sucesso no tratamento como um todo.
Com todos os avanços já citados e a eficácia das campanhas de conscientização, já se sabe que pessoas em tratamento podem – e devem – manter uma rotina de vida normal. Ou seja, atividades físicas regulares, manter todos os laços familiares, inclusive relações sexuais, criar regras para uma rotina saudável de sono ou alimentação e realizar atividades prazerosas são atitudes recomendadas.
Como é o apoio profissional para a saúde mental?
Além do apoio familiar, o acompanhamento de um psicólogo deve ser iniciado tão logo seja feito o diagnóstico da doença, momento que costuma ser mais devastador para o paciente pelo impacto do acontecimento, que chega a ser comparado a uma espécie de processo de luto e de dificuldade de aceitação.
A manifestação da AIDS engloba diversas etapas e varia a cada caso, inclusive com pessoas que demoram anos para apresentar sintomas perceptíveis da doença. No entanto, quando as transformações acontecem, algumas reações negativas são comuns e reforçam a necessidade do equilíbrio entre o cuidado físico e emocional.
Esse acompanhamento psicológico pode ser realizado de forma presencial ou online (atendimento que ganhou mais adeptos a partir da pandemia de Covid-19). Fazer terapia em grupo ou individualmente e dividir experiências e anseios certamente ajudará na adaptação às dificuldades impostas pela doença. É preciso disciplina para seguir o tratamento e boas doses de confiança e amor em busca da tão sonhada recuperação ou desenvolvimento de qualidade de vida.
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