O mês de setembro é dedicado em todo mundo à prevenção e conscientização contra o suicídio. Cerca de 12 mil suicídios são registrados todos os anos no Brasil e mais de 1 milhão no mundo. Saiba o que a sustentabilidade emocional tem a ver com isso.
A origem do Setembro Amarelo e todo esse movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme em 1995, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um carro modelo Mustang 68 que ele adorava, inclusive havia restaurado e pintado de amarelo.
Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos de Mike, perceberam os sinais de que ele pretendia tirar a própria vida.
No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões com informações sobre centro de ajuda psicológica e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país. Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas.
A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscarem apoio. Em 2003, a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e o mês para que fossem feitas campanhas de prevenção. O amarelo do Mustang de Mike foi a cor escolhida para representar a iniciativa.
Mas o que Setembro Amarelo e Sustentabilidade Emocional têm em comum?
Primeiro, é importante definir o que é sustentabilidade emocional. A maioria das pessoas já ouviu falar de sustentabilidade ambiental: medidas de preservação de recursos do planeta e a conscientização de uma nova relação do ser humano com o seu meio. Portanto, a sustentabilidade emocional segue justamente o mesmo princípio, mas aplicado às emoções.
Uma pessoa emocionalmente sustentável é alguém capaz de se sustentar com seus próprios recursos emocionais, alguém que consegue dar conta de si mesmo. Sustentabilidade emocional é buscar os recursos internos para viver todas as emoções e sentimentos decorrentes de uma vida.
Para você ser capaz de suprir suas necessidades básicas como um ser humano sustentável, deve identificar suas potencialidades e desenvolvê-las, de forma a não gerar mais sofrimento para si e para os outros, o que, fazendo paralelo com a sustentabilidade ambiental, pode ser chamado de “lixo mental”.
Sustentabilidade emocional é acompanhar os altos e baixos da vida, com todas as emoções e instabilidades que estes momentos podem trazer. Isso não quer dizer que precise fazer tudo isso sozinho, mas procurar ajuda profissional para desenvolver esse ferramental psicológico e emocional já é uma grande medida autossustentável.
A sustentabilidade emocional finalmente está na agenda das empresas e é cada vez mais reconhecida como fator primário para o sucesso na gestão de obstáculos e desafios da vida pessoal e profissional. Afinal, o equilíbrio das emoções tem naturalmente impacto no dia a dia pessoal e profissional, trazendo repercussão diretamente na produtividade e bem-estar dos colaboradores.
O contexto pandêmico atual veio reforçar ainda mais a importância de uma gestão das emoções, juntamente com um conjunto de estratégias e suporte, muitas vezes vindos da própria empresa para promover harmonia e estabilidade em um momento tão delicado. Isso nos remete à pergunta no começo deste parágrafo, já que, mesmo no século 21, com tantos recursos à disposição, o esgotamento físico e mental no trabalho vem contribuindo com transtornos psicológicos, ideação suicida e mortes por suicídio.
Estes são alguns passos para o desenvolvimento da sustentabilidade emocional – lembrando que eles podem e devem ser reconhecidos com a ajuda de um profissional psicólogo ou psicoterapeuta:
Autoconhecimento: Ter a capacidade de revisitar os comportamentos diários e identificar os pontos negativos e positivos em si mesmo.
Gestão das Emoções: Após identificar, analisar os comportamentos que considera serem positivos e negativos e tratar suas raízes, minimizando danos para si e para os outros.
Competências Sociais/Empatia: Ter atenção sobre aqueles que estão ao seu redor e analisar/refletir o impacto dos relacionamentos interpessoais.
A saúde mental é uma pauta que veio para ficar dentro das empresas e em nossa vida pessoal, pois reforça o que já sabíamos: as pessoas só dão o seu melhor quando estão bem e felizes.
No ambiente de trabalho, cabe aos líderes reconhecerem que o bem-estar dos colaboradores reflete diretamente em seu rendimento e produtividade e providenciar todos os meios para garantir à equipe qualidade de vida para manutenção da sustentabilidade emocional.
Continue lendo o nosso blog:
- Médico na telemedicina: tudo o que você precisa saber sobre o atendimento virtual
- Outubro Rosa: a importância da saúde mental na luta contra o câncer
- Telepsicologia: como a terapia online beneficia quem precisa de suporte psicológico
- Benefícios corporativos: como a telemedicina pode beneficiar a sua empresa?
- O papel estratégico do RH na saúde dos colaboradores